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Ansiedade
o que é, principais causas, sintomas e tratamento

Você já ouviu por aí que a ansiedade é o mal do século?

Acontece que temos um pouco de dificuldade em aceitar que a ansiedade é um sintoma normal. Ter um nível de tensão faz parte da nossa biologia.

Por exemplo, quando estamos frente a uma situação de estresse ou ameaça, é natural o corpo ter uma resposta rápida a fim de se preparar para um posicionamento de luta ou fuga.

Contextualizando melhor, podemos dizer que desde os primórdios, quando o homem das cavernas percebia um predador chegando, ele precisava estar preparado para lutar contra o inimigo ou fugir para um lugar seguro. Para isso, o corpo liberava hormônios (entre eles, a adrenalina e cortisol), trazendo alguns sinais, como a gradação da frequência cardíaca, palpitação, sudorese, dilatação das pupilas e aumento da percepção ao redor.

E é isso o que acontece com o nosso corpo quando ele percebe uma situação de ameaça. Claro que, hoje em dia, a nossa ameaça envolve outros fatores, como trabalho, dinheiro, família, saúde, entre cenários que não necessitam realmente lutar ou fugir.

Mas, quando essa ansiedade se torna muito intensa e em níveis desproporcionais, a ponto de causar sofrimento à pessoa e prejudicar o seu dia-a-dia, ela se torna um problema.

Dra., quais são as principais causas da ansiedade?

Sabemos que qualquer quadro de ansiedade possui causas multifatoriais, ou seja, uma associação de fatores que favorecem e desencadeiam as crises de ansiedade exacerbadas. Mas, entre as principais, podemos destacar:

  • Fatores biológicos, como a hereditariedade, quando uma pessoa herda geneticamente a sensibilidade às ameaças do meio. E questões estruturais e químicas quanto às funções de nosso cérebro.
  • Fatores relacionados à história de vida, como vivências na infância, casos e exemplos na família que serviram de reflexo, regras rígidas com punições e recompensas inesperadas, dificuldades de adaptação social na escola, crenças centrais negativas, entre outros.
  • Fatores ambientais, como o uso excessivo de redes sociais, atuação profissional, dificuldade financeira, sobrecarga e pressão, dificuldade de se relacionar, entre outros.
  • Em contrapartida, a ausência de fatores protetores também serve de gatilho para a crise de ansiedade, como falta de conexões sociais, atividade física, exposição à luz solar e alimentação inadequada.

Em relação aos sintomas da ansiedade…

Assim como mencionei acima, quando o cérebro entende que tem uma ameaça, seja real ou potencial, ativa uma área primitiva chamada amígdala cerebral, responsável por enviar uma mensagem para as glândulas suprarrenais com o intuito de aumentar a adrenalina e o cortisol, fazendo com que ocorra um fenômeno chamado “resposta de luta ou fuga”.

Ao receber esse gatilho, o nosso corpo reage de diferentes formas para tentar fugir da ameaça percebida ou do pensamento perturbador, causando sintomas característicos, como:

  • Respiração ofegante, sensação de sufocamento, formigamento e desmaio;
  • Tensão muscular;
  • Pele fria e pálida;
  • Aumento da temperatura corporal,
  • Redução da saliva com sensação de boca seca;
  • Aumento dos batimentos cardíacos e da pressão arterial, sensação de palpitação;
  • Náuseas;
  • Dificuldade para parar de se preocupar, a mente fica produzindo pensamentos antecipatórios para o futuro;
  • Irritabilidade intensa, nervos à flor da pele. Pequenas frustrações se tornam expansivas;
  • Cansaço físico e mental extremo;
  • Alteração do sono (dificuldade em pegar no sono e/ou em mantê-lo).

No entanto, é possível prevenir e controlar a ansiedade através de algumas atitudes e hábitos, como: boa alimentação, exercícios físicos, meditação, controle da respiração e ter com quem compartilhar os problemas.

O primeiro passo é elaborar uma excelente estratégia de tratamento para a ansiedade realizando o diagnóstico adequado (se realmente tem um quadro de ansiedade e saber qual o tipo).

O segundo passo é avaliar qual a intensidade do quadro, o quanto de sofrimento têm gerado à pessoa, além do tempo em que já esteja lutando contra esses sintomas. Essas etapas são extremamente importantes para a definição do tratamento apropriado.

Muitas vezes, para casos leves ou moderados, podemos tentar o tratamento SEM uso de medicações, através da TCC (Terapia Cognitivo Comportamental, podendo este ter resultado semelhante ao uso de medicação), atividade física regular, mindfulness e fitoterápicos.

Já em casos mais graves, seria importante associar o uso de medicação. Ou seja, a medicação sozinha não trata a ansiedade, devendo sempre estar associada com os métodos não medicamentosos para o tratamento da ansiedade.

Portanto, se a ansiedade tem causado sofrimento, se ela está prejudicando o seu dia-a-dia, eu posso te ajudar nesse caminho.

Imagem Dra. Paula Otani

Dra. Paula Otani
Médica do esporte
CRM-SP 135.132 | RQE 90061

Olá, sou a Dra. Paula Otani, médica graduada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) desde 2008 e realizei minha residência em Medicina do Esporte, também pela USP, em 2011-2014.

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